Sete e meia da manhã. O rádio-despertador liga-se e o som da Antena 1 acorda-me. Levanto-me e subo o estore. Pela pequena abertura da vidraça o gato entra a miar. Começa a dar-me marradinhas que é o sinal dele para “dá-me comida que estou cheio de fome, andei toda a noite às gatas e a dar coças noutros galarós da vizinhança e estou cansado”. Essa coisa de dar coças aos outros deve é ser mais o contrário pois noto falta de algum pelo nuns sítios. Dirijo-me à cozinha e ponho-lhe uns croquetes numa taça. Começa a comer, não sem antes me dar mais uma ou duas marradinhas. Pego na toalha e dirijo-me à casa de banho para as abluções matinais.
…
Sento-me da borda da cama enquanto vou misturando o muesli com o iogurte. De um lado da cama o Jornal de Letras aberto num artigo que estou a ler; do outro o gato, já saciado, deitado e enroscado. Dormitando com as duas orelhas levantadas. Acabo o pequeno-almoço e visto-me. Deito uma vista de olhos para o interior da carteira; tenho que passar pelo Multibanco. Saio e fecho a porta de casa de mansinho, o meu velho ainda dorme. Entro no carro e ligo o auto-rádio que, como de costume, está na Antena 2 que é o que ouço quando, ao fim da tarde, rumo para casa. Mas agora, oito e picos, cedo na manhã, apetece-me mais a Antena 1. Sintonizo-a. Notícias, previsão do estado do tempo e do trânsito. Estaciono e subo a colina. Compro o jornal Público no quiosque. Olho para o relógio, não há tempo, de momento, para um cafezinho. Fica para depois das cópias de segurança, às nove e pouco. Entro.
Bom. Vamos lá levar os bois para o campo.