28 de Março de 2008

No terreno.

 

A multidão juntava-se cá em baixo; o tipo, sentado no parapeito da janela do 4º andar, olhava cá para baixo com olhos simples, sem nada que neles se lesse, fosse chama ou gelo. O público era o do costume: meia dúzia de desocupados, mais meia de passantes. A fazer a festa do “salta, salta, salta” estava um grupo de 4 ou 5 rapazolas.

Para quem me seguiu até aqui fica uma nota: não havia nenhuma mulher de vermelho por detrás de uma das janelas do andar. As motivações que levaram o tipo para aquela situação são entre ele e o seu Deus, e nisso eu não me meto. Mas também não lavo as minhas mãos, Pilatos não sou.

Entretanto cá em baixo chegavam os bombeiros. A polícia tinha chegado primeiro e já estava a seguir “os procedimentos habituais que a situação requeria”.

Nos edifícios em frente as janelas estavam completas e preparava-se toda a gente para o espectáculo da queda, pois, ao que parecia, o tipo não ligava nada aos agentes que o tentavam demover.

E então começaram a aparecer veículos de pais que vinham buscar a garotada da pré primária que funcionava num dos edifícios em frente.

Passaram alguns minutos e então o tipo levantou-se e entrou no edifício pela janela mais próxima. Não houve logo uma desmobilização geral porque estava toda a gente à espera de ver quando a polícia o trazia para baixo para o levar à esquadra para a participação. Depois do carro da polícia partir com o tipo sim, desmobilizou tudo.

 

 Na esquadra.

 

O cabo bem tentou safar-se de ter que redigir a ocorrência mas o sargento de serviço foi peremptório – És tu que estavas lá, és tu que tens de fazer o relatório!

E portanto lá foi o novo graduado para a máquina de escrever (sim, que isso de novas tecnologias é para inglês ver).

Começa-se pelos “costumes”: nome, residência, filiação, etc.

Pessoa séria; respondeu, não era do tipo «aos “costumes” disse nada».

Quando chegou à parte final do relatório o cabo Azevedo parou por momentos e virando-se para o tipo lhe disse:

- Sabe, eu estava perfeitamente convencido que você ia saltar. Nada do que eu lhe estava a dizer para o dissuadir estava a fazer efeito. O que é que o fez voltar atrás?

O tipo levantou a cabeça, que até aí tinha estado sempre caída e disse:

- Vi uma menina que saía da escola pela mão da mãe, ela olhou para cima, viu-me, sorriu-me e fez-me um aceno com a mão...Fui incapaz de lhe fazer aquilo.

publicado por carlos lopes às 19:37

25 de Março de 2008
Tenho dois videos para vocês
a música é a mesma, o sentimento também,
mas as imagens e as estórias são diferentes,
ambas belas.
A música é Comptine D'un Autre EteL'apres Midi
do filme O fabuloso destino de Amélie.

1.
Comptine d'un autre ete : L'apres midi (Planet Earth Video)


2.Um homem no fim da vida conta,
ao piano, a sua história ao neto.
publicado por carlos lopes às 20:51

Estou?
De onde é que fala?
Do número para que ligou!
???
Sabe, é que não tenho a certeza se estou a falar para o número que liguei
ou se liguei para o número com que estou a falar.
...
publicado por carlos lopes às 11:46

24 de Março de 2008

No suplemento de Economia do jornal Expresso, deste fim-de-semana, vem um artigo assinalando os 400 anos da marca de whiskey irlandês Bushmills , assinado por Ana Sofia Santos. Tudo bem no artigo excepto uma coisa: a grafia da palavra. Ao longo de todo o artigo aparece a palavra whisky entre aspas («whisky»). Ora acontece que esta bebida destilada tem a grafia whiskey tanto na Irlanda como nos EUA quando o processo de destilação é o mesmo, por exemplo o Jack Daniel's . Eu sei que a utilização comum da designação deste tipo de bebidas é a grafia whisky (estou a fazer este texto em MS Word e ele só reconhece essa grafia) mas tendo em conta que as diferenças não são só de grafia mas também, como aliás é bem citado no texto, de processos de fabrico e componentes não seria acertado utilizar a grafia original – whiskey ?

publicado por carlos lopes às 10:06

17 de Março de 2008


Uma portuguesa em França já não é apenas concierge, já é também maire.
publicado por carlos lopes às 09:31

12 de Março de 2008

Lembram-se da série britânica Alô Alô?

A série foi exportada para mais de 50 países excepto a Alemanha.

René, interpretado por Gordon Kaye, figura central da série, revelou ao jornal Independent que, nos anos 80 meia dúzia de executivos de televisões alemãs foram ver a série a Inglaterra e riram até às lágrimas. Mas não compraram a série porque isso implicava serem despedidos.

Demoraram duas décadas mas finalmente a série vai passar na Alemanha.

Deixo aqui um cheirinho tirado do Youtube.


 


publicado por carlos lopes às 09:51

07 de Março de 2008
Este é um dia que não deveria haver necessidade de existir. Mas a necessidade existe.
Soube-se, esta semana, que as mulheres presas não têm direito a visita conjugal.
Excepto se o marido também for um preso.
Portanto.
O direito conjugal não se aplica a elas mas sim a eles.
Entendido?


Deixo, aqui, um pouco do meu carinho
amigas, irmãs, paixões, mães,
torresmos de ternura a transbordar do peito,
companheiras, colegas...
mulheres.
publicado por carlos lopes às 23:52

03 de Março de 2008
Desde La Habana, Cuba, um blogue de uma jovem, de seu nome Yoany Sánchez, desiludida com o caminhar das coisas na sua terra. A chamada de atenção vinha no jornal Expresso deste fim-de-semana o link fica ali na coluna do lado direito e aqui:Generation Y
publicado por carlos lopes às 14:13

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