O burro e a vaca do presépio de Belém. Se eu intitular um conto satírico de Natal com este título a presidência da república vai tentar processar-me? Se sim, será por causa do burro ou da vaca?
Eu sei, e sei. O Vaticano já veio dizer que não existiram nenhum burro ou vaca no nascimento de Jesus (não sei como chegaram a essa conclusão, não estavam lá para ver…enfim) mas sempre parti do princípio que era uma alegoria. O S. José tinha esquecido do cartão de crédito na outra fatiota e não tinham como pagar o hotel (sim, que o S. José não vivia de uma pensão conseguida à custa de uma dúzia de anos a fingir que trabalhava num banco central) e isso de parentes afastados que os podiam acolher é ‘chão que deu uvas’. Em certas alturas é cada um por si e o último que feche a porta. Além do mais as pessoas ainda não sabiam que se estava na época do Natal e deviam demonstrar mais compaixão e fraternidade (essas coisas esquisitas do humanismo) que durante o resto do ano. Desinformados que nem deviam saber mexer num PC. Até penso que, tendo em conta a importância do recém-nascido, devia estar um grupo de lagostas que poderiam cantar e bater castanholas com as pinças. Seriam depois cozidas vivas e dadas de repasto aos bispos que vinham adorar o menino. Sim porque quem é que acredita em reis magos? Só os totós.