Eu sei que tenho postado pouco mas foi um período de trabalho muito complicado. Mas agora entrei eu de férias. Esta semana ainda vou ficar por aqui mas as duas seguintes só me apanham junto ao mar e a dormir debaixo de pinheiros.
Pois é, em Agosto passam exactamente 200 anos do fim do Sacro Império Romano; Francisco II resigna formalmente como sacro imperador romano e recebe o título de Fancisco I, imperador da Austria.
Hoje, no jornal Público, o grito de Faranaz Keshavjee, membro da comunidade Ismaelita:
Mas eu também sou branca! Sou daqui. E sou mulçumana xiita, e portuguesa, e europeia, e mulher, e gosto de dizer aquilo que penso. E é verdade que o posso fazer porque estou numa democracia onde posso dizer aquilo que penso. Mas é preciso que se perceba que esta democracia não surge apenas porque se trata este de um país virtuoso na sua génese e formação, superior, ou iluminado, por oposição a outros que ainda não chegaram aí. A democracia existe aqui porque aqui mesmo se criaram as condições que permitiram esse passo civilizacional.
No grande amor que nutro pela minha pátria e por todos os portugueses, e nas virtudes e defeitos que lhe reconheço, só posso pensar que existo numa verdadeira democracia quando ela me reconhecer a mim, na minha diferença, na minha especificidade, e no contributo que posso oferecer à minha nação e à sociedade. Esta reciprocidade, esta construção de uma democracia pluralista, não se faz num ambiente intelectual de ignorância imaginativa.
(Só posso dizer: que grande mulher!)