Pois é! Com pessoal em férias e o trabalho atrasado devido a falha do servidor, tempo para vir tentar postar qualquer coisa decente é o que mais falta. Até porque ter ideias dá trabalho. Assim vou-me socorrendo de textos alheios, daqueles que são mesmo bons que quem aqui vem merece. "Ósportanto" aqui vai o final da crónica de Ondjaki, intitulada "Carta de Santiago Compostela", no JL (Jornal de Letras) nº932,:
"...lembro-me daquela estória - onde a terei lido...? - do «menino» (que em galego poderia ser «neno» ou «pessoínha»; adoro «pessoínha»...) que ao sentir-se abraçado («abraço» que em galego é «abraço»; bonito, não?) diz ao outro que sentiu uma coisa estranha ao ser abraçado, o outro pergunta-lhe
o que foi
ele responde
abraças-me tão perto como se estivesses tão longe
o outro não sabe o que dizer e ficam, assim quietos, gastando um silêncio que é uma mistura dolorosa de cócega com (in)certeza, funda, tristeza."