Foi então que Rossellini lhe mandou um telegrama, a transcrever na íntegra um sermão de São Bernardino de Siena. Custou-lhe mil dólares, o que em 48 era dinheiro.
Um camponês, uma criança e um cão. O camponês foi trabalhar, deixou a criança a dormir à sombra de uma árvore e o cão a guardá-la. Quando voltou, a criança estava morta com duas marcas de dentes bem visíveis na garganta. O cão tremia todo. Desvairado, o homem matou o cão. Mas, quando o corpo do animal caiu, ele descobriu assombrado que o cão esmagara uma enorme serpente, que matara a criança e o estava a matar a ele. O cão chamava-se Bonino. O camponês, arrependido, enterrou-o na cova de um rochedo, e escreveu: "Aqui jaz Bonino, morto pela superficialidade dos homens".
Passaram-se séculos. Chegaram peregrinos, descobriram os ossos, e pensaram tratar-se de um mártir. Rezaram e sucederam-se milagres. Edificaram uma igreja dedicada a São Bonino. Veio muita gente de muitas partes e houve muitos mais milagres. Concluiu São Bernardino de Siena: "O que importa é a fé dos homens. Nada mais conta. O resto é a superficialidade dos homens".
Não sei como reagiu o Cardeal. A superficialidade dos homens é tamanha..."