A discussão com o Sr. Autarca começou com uma questão de direitos, mais propriamente o direito de um grupo usar um determinado equipamento desportivo autárquico.
Puxa da palavra para aqui, puxa da palavra para ali e às tantas o Sr. autarca busca da sua doutoranda sapiência e diz, à moda dos tempos da outra senhora: “eu é que mando!”.
Emocionado, perante tal salomónica decisão, e, respeitosamente de mão no peito, digo-lhe: o senhor sabe que eu jamais chamaria de filho-da-puta a uma pessoa que tem por mãe uma trabalhadora sexual, sou demasiado educado para uma canalhice dessas, mas olhe que há muitos políticos que são uns verdadeiros filhos-da puta.
É claro que a coisa deu em tribunal (até porque sou demasiado orgulhoso para pedir desculpas a quem desprezo), mas há juízes e juízes. Saiu a sentença do juiz a fazer as faces do senhor autarca corar:
“Está o réu condenado a pagar um euro de indemnização ao senhor ‘fulano de tal’.”
E olhando-me por cima dos óculos
“Lá porque ele é um filho-da puta não se pode chamar-lhe isso!”