26 de Junho de 2009
  • Dois poemas (incríveis, fabulosos) que o Jornal de Letras divulga na edição actual:

 

de Arménio Vieira, cabo-verdiano e recente Prémio Camões

 

NUNCA DOBRES A ESPINHA

 

Há nojentos gestos actos

Há palavras que eu detesto

 

Rezar Gemer Flectir

ou então abrir a boca

(como um tanso, feito merda):

«Ora sim, meu senhor»

 

Ora bolas é que é!

Ora bolas! Ora chiça! Ora poça!

Isso tudo mais o punho

bem na cara do safado

 

Cinco dedos cerradíssimos:

«Ora toma, seu sacana»

 

 

e de José Mário Silva, do seu recente livro LUZ INDECISA

 

 

Os corpos encostados à parede

talvez recordem paisagens brancas,

um inverno ucraniano com árvores

perdidas na neve.

Que outros olhos

viram estes olhos?

 

Eu passo por eles,

eles não me vêem. Partilham a garrafa

de vinho, um pente. E a montra do café,

apagada e triste, serve-lhes de espelho.

publicado por carlos lopes às 19:18

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