Neste Dia Internacional da Mulher resolvi lembrar aqui uma compositora de música séria (ou clássica ou o que raio lhe queiram chamar que isto de definições é uma chatice).
Cécile Chaminade (1861-1944) compôs música de câmara e para orquestra, a saber: uma Sinfonia lírica, duas suites sinfónicas, um bailado e muitas outras peças. Tal como outras mulheres compositoras ficou no esquecimento. Tirando os especialistas ninguém a conhece. Lembre-se que num jornal da época, em França, escrevia-se: «Não desejamos abrir as portas dos nossos teatros de ópera a mulheres autoras».
Verdade seja dita que compositores homens havia que reconheciam o verdadeiro valor destas mulheres. Referindo-se a uma outra compositora, Augusta Holmès, e ao mau acolhimento da sua ópera A Montanha Negra, Saint-Saëns dizia: «a mediocridade odeia as glórias inoportunas que jamais conseguirá atingir».
António Victorino d'Almeida na sua obra Toda a Música que eu conheço, de onde tenho tirado estas informações, escreve: «E torna-se extremamente desagradável citar apenas o título de obras escritas por mulheres cuja qualidade práticamente se desconhece...»
Para acabar trago aqui uma peça de Cécile Chaminade, Scarf Dance Op.37, tocada por Rina Cellini